Os brasileiros estão se perguntando: será que os relógios voltarão a ser adiantados em 2025? Após seis anos sem a medida, o governo federal avalia seriamente o retorno do horário de verão para enfrentar desafios energéticos. O retorno da medida em 2025 é incerto e ainda não há uma decisão definitiva. A discussão ganhou força com declarações recentes do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e recomendações técnicas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A possibilidade de voltar a adiantar os relógios divide opiniões e levanta questões sobre economia de energia, impactos na saúde e mudanças na rotina dos brasileiros. Com a situação hídrica preocupante e o aumento constante da demanda energética, especialistas apontam que a medida pode se tornar necessária para garantir o abastecimento elétrico do país. Quer saber mais? Continue na leitura desta matéria!
Índice
- O que é o horário de verão e como funciona
- Por que o horário de verão acabou em 2019
- Situação energética atual e os desafios para 2025
- Declarações do governo sobre o retorno da medida
- Vantagens do horário de verão
- Desvantagens e críticas à medida
O que é o horário de verão e como funciona
O horário de verão é uma medida adotada por vários países com o objetivo de otimizar o aproveitamento da luz solar e reduzir o consumo de energia elétrica, especialmente durante os meses em que os dias são naturalmente mais longos. Durante esse período, os relógios são adiantados em uma hora, permitindo que as pessoas aproveitem melhor a luz natural no final do dia.
No Brasil, a medida começou em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, mas só passou a ser adotada de forma contínua em 1985, na gestão de José Sarney.
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A lógica por trás dessa prática está relacionada com a inclinação do eixo da Terra em relação ao Sol. Durante os meses mais quentes, especialmente nas regiões mais distantes da linha do Equador, os dias são naturalmente mais longos e as noites mais curtas. Ao adiantar o relógio, consegue-se alinhar melhor as atividades humanas com a disponibilidade de luz solar.
O principal objetivo é reduzir a demanda de energia elétrica no horário de pico, que normalmente ocorre entre 18h e 21h.
Por que o horário de verão acabou em 2019
O fim do horário de verão no Brasil foi decidido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019, por meio de decreto. A justificativa apresentada na época foi que a economia de energia gerada pela medida havia se tornado irrelevante diante das mudanças nos hábitos de consumo da população.
Situação energética atual e os desafios para 2025
A discussão sobre o retorno do horário de verão ganhou nova força devido aos desafios energéticos enfrentados pelo Brasil. Em relatório recente, o órgão apontou que, entre 2025 e 2029, a carga de energia no país deve crescer 14,1%, uma média de 3,4% ao ano.
O cenário preocupante inclui:
- Baixos níveis dos reservatórios na região Sul
- Aumento constante da demanda por energia elétrica
- Crescimento das fontes renováveis intermitentes (solar e eólica)
- Necessidade de maior flexibilidade do sistema elétrico
Foi a pior estiagem dos últimos 70 anos. O período tipicamente úmido, que foi de novembro até agora em abril, apresentou afluências muito baixas também. Essa situação coloca pressão adicional sobre o sistema elétrico nacional.
O avanço das energias solar e eólica, embora positivo para a sustentabilidade, traz novos desafios. Durante o início da noite, quando a geração solar cai e antes da geração eólica aumentar na madrugada, há um pico de consumo que precisa ser suprido por hidrelétricas ou termelétricas.
Declarações do governo sobre o retorno da medida
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem sido cauteloso ao falar sobre o tema. Em declaração recente, afirmou estar “torcendo” para que o retorno não seja necessário, mas deixou claro que a possibilidade não está descartada.
Segundo o ministro, “nunca está descartado. Hoje nós dependemos muito da questão hídrica, muito importante para ver quando vai chover, se demorar muito a chover. E ter o horário de verão que é uma forma da gente diminuir a demanda no horário de pico“.
A decisão final deve ser tomada entre agosto e setembro, período tradicionalmente usado para essa avaliação.
De acordo com o ONS, será necessário acionar usinas térmicas flexíveis para suprir a demanda durante os picos de consumo, juntamente com a implementação de outras soluções alternativas. Uma dessas alternativas é a reintrodução do horário de verão, que foi suspenso durante o governo do ex-presidente Bolsonaro. A recomendação para adotar o horário de verão poderá ser feita, mas dependerá das previsões de demanda para os próximos meses, de acordo com a Agência Brasil.
A decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após análise técnica e política da situação. O governo tem enfatizado que qualquer decisão será baseada em dados concretos sobre a situação energética do país.
Vantagens do horário de verão
Os defensores do retorno do horário de verão apresentam diversos benefícios potenciais:
Economia de energia no horário de pico
As vantagens do horário de verão incluem a economia de energia elétrica, pois alinha as atividades humanas com a luz natural, reduzindo a necessidade de iluminação artificial. Ao deslocar o pico de consumo para um horário com mais luz solar, reduz-se a necessidade de acionar termelétricas.
Aproveitamento de energias renováveis
Com o crescimento da energia solar no Brasil, o horário de verão permite melhor aproveitamento dessa fonte durante o período de maior demanda. Isso é especialmente relevante considerando os investimentos recentes em painéis solares residenciais e usinas fotovoltaicas.
Benefícios para o comércio
Ele também contribui com o movimento no comércio ao aumentar a segurança com mais luz natural, além de promover um estilo de vida mais ativo e saudável ao encorajar atividades ao ar livre aproveitando os dias mais longos.
Redução de custos operacionais
Evitar o acionamento de termelétricas significa economia para o sistema elétrico, o que pode se refletir em menores custos para os consumidores a longo prazo.
Desvantagens e críticas à medida
Apesar dos benefícios apontados, existem críticas significativas ao horário de verão:
Impactos na saúde
A mudança abrupta no horário pode causar:
- Distúrbios do sono
- Alterações no relógio biológico
- Aumento temporário de acidentes de trânsito
- Problemas de adaptação, especialmente em crianças e idosos
Economia questionável
Estudos recentes mostram que a economia de energia tem sido cada vez menor, devido a:
- Uso generalizado de ar-condicionado
- Equipamentos mais eficientes
- Mudança nos padrões de consumo
Complicações operacionais
O horário de verão gera custos e transtornos para:
- Sistemas de informática que precisam ser ajustados
- Companhias aéreas e transporte interestadual
- Comunicação com outros estados e países
- Rotinas escolares e de trabalho
Desigualdade regional
A medida beneficia mais algumas regiões do que outras, criando disparidades no território nacional. Estados do Norte e Nordeste tradicionalmente não participavam por terem pouca variação de luminosidade.
Embora o retorno do horário de verão seja incerto, o governo está atento às necessidades do sistema elétrico e às condições climáticas, avaliando cuidadosamente o impacto da medida no país. A recomendação é continuar atento às atualidades através de sites confiáveis, como o Pensa Cursos.








